sexta-feira, 3 de agosto de 2007

J.Borges - Xilogravuras: Bezerros falando para o mundo!



O ateliê no município de Bezerros, agreste pernambucano, está abarrotadas de obras de arte que já dividiram espaço no Museu do Louvre com Leonardo da Vinci e Botticelli. José Francisco Borges, que nasceu em 1935, o autor das peças, é um dos artistas folclóricos mais celebrados da América Latina. Apenas em uma turnê, J. Borges, como ficou conhecido, percorreu 20 países europeus. Foi tema de uma reportagem no The New York Times. Como se vira só com o português? 'Sou matuto, mas não sou burro.'
Convidado para dar palestras nos EUA, na França, na Venezuela e na Suíça, ministrou aulas sobre xilogravuras e cultura do cordel com a ajuda de tradutores. 'Mas não sou rico, não!'Suas gravuras ilustram livros publicados no Brasil, na França, em Portugal, na Suíça e nos Estados Unidos.
É o artista que sustenta toda a família. E que família. São dez filhos, a mulher e duas ex.
As conquistas de J. Borges são uma grande vitória para um sertanejo vindo de um ambiente de dificuldades.
A descoberta foi por acaso. Talhou uma igrejinha num pedaço de imburana. Seguiu colocando na madeira o ideário sertanejo: o diabo, Lampião, prostitutas, vaqueiros, festas de São João.
A partir de 1970 as obras chegaram até o escritor Ariano Suassuna, que virou seu padrinho. Os trabalhos passaram a circular nos meios acadêmicos e artísticos, que antes viam com desdém a xilogravura. As ilustrações de J. Borges estamparam capas de discos e livros, como As Palavras Andantes, do escritor uruguaio Eduardo Galeano. As camisetas são um sucesso!
Ele mantém no ateliê uma máquina tipográfica, gravadora artesanal do século XIX.
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Fonte: síto da Fundação Joaquim Nabuc0 - Recife PE

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