sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Jesus no Xadrez, Chico Pedrosa; Toda a emoção de Lirinha

Eu ainda não conhecia o Cordel do Fogo Encantado aqui de Arcoverde, sertão pernambucano.
Era São João (ou Semana Santa?) e nós tínhamos uma casa alugada em Serra Negra, um povoado a 1.000 m de altitude, em Bezerros. Lá em cima, bem no alto, existe um anfiteatro ao ar livre, escadarias enormes, o palco lá embaixo, uma visão estarrecedora, um frio de rachar, neblina. As pessoas repetiam "você não pode perder o Cordel!". Tá bom, então vamos ver o cordel...
Foi um dos melhores shows que já assisti. A presença de Lirinha no palco absorve por completo a sua atenção. Ele hipnotiza, está possuído pela própria arte, não pára um segundo, é música com teatro, é tudo, e tudo convergia para um momento inesquecível.
Foi quando a banda parou. Silêncio total. Na platéia nem um pio.
A maioria, os fãs - veio gente todo lugar - eles já sabiam o que iria acontecer. Mas eu não sabia.
Então Lirinha com sua voz apocalíptica, interpretou o cordel Jesus no Xadrez, de Chico Pedrosa:
(no final a galera foi ao delírio, aquilo foi LINDO!!!!!!)


No tempo em que as estradas
eram poucas no sertão
Tangerinos e boiadas
cruzavam a região
entre volante e cangaço
Quando a lei
era a do braço
do jagunço pau mandado
do coroné invasô
Dava-se no interiô
esse caso inusitado

Quando o palmeira das antas
pertencia ao capitão
Justino Bento da Cruz
Nunca faltô diversão
vaquejada, canturia,
procissão e romaria
sexta-feira da Paixão

Na quinta-feira maió
Dona Maria das Dores
no salão paroquial
Reuniu os moradores
depois de uma preleção
ao lado do capitão
Escalava a seleção
de atrizes e atores

Todo ano era um Jesus,
um Caífaz e um Pilatos
Só nao mudavam a cruz,
o verdúgo e os maus-tratos

O Cristo daquele ano
foi o Quincas Beija-Flor
Caífaz foi Cipriano
Pilatos foi Nicanô

Duas cordas paralelas
separava a multidão
Pra que pudesse entre elas
caminhar a procissão

Quincas conduzindo a cruz
Foi num foi advertia,
um Cinturião pervesso
que com força lhe batia

Era pra bater maneiro,
Bastião num intindia
Devido um grande pifão
que tomou naquele dia
do vinho que o capelão
guardava na sacristia

Cristo dizia:
"ô rapaiz, vê se bate divagar,
já to todo incalombado
assim num vô aguentar,
tá ca gota pra duer,
ou tu pára de bater
ou a gente vai brigar
jogo já essa cruz fora,
to ficando aperriado,
vou morrê antes da hora
de ficar crucificado"

O pior é que o malvado
fingia que não ouvia
e além de bater com força
ainda se divertia,
espiava pra jesus,
fazia pouco e dizia:
"que Cristo froxo é você
que chora na procissão?
Jesus pelo que se sabe
num era mole assim não
eu tô batendo com pena,
tu vai vê o que é bom,
na subida da ladeira
da venda de fenelon
o côro vai ser dobrado
até chegar no mercado
a cuica muda o tom"

Naquele momento ouviu-se
um grito na multidao
era Quincas
que com raiva
sacudiu a cruz no chão
e partiu feito um maluco
pra cima de Bastião
Se travaram num tabefe,
pontapé e cabeçada
Madalena levou queda
Pilatos levou pancada
Deram um cacete em Caífaz
que até hoje não faz
nem sente gosto de nada

Dismancharo a procissão
o cacete foi pesado
São Tomé levou um tranco
que ficou desacordado
Acertaram um cocorote
na careca de Timote
que inté hoje é aluado

Inté mesmo São José
que num é de confusão,
na ânsia de defender
seu filho de criação
aproveitou a garapa
pra dar um monte de tapa
na cara do bom ladrão

A briga só terminou
quando o dotô delegado
interviu e separô
cada santo pro seu lado

Desde que o mundo se fez,
foi essa a primêra vez
que Jesus foi pro xadrez
mas num foi crucificado

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Minha cama, meu quarto, meu bunker

Apresento-lhes minha cama. Ela nunca é assim tão arrumada. Nunca. Livros espalhados por todos os lados, xícaras de chá, incensos, canetas, cadernos, mais livros, notebook, hidratante, lençóis em forma de bola, 532 travesseiros, a maioria pelo chão, Frederico escarrapachado. Mais livros.
Hoje fizemos uma baita arrumação só para a foto, desse post. Mas segundos após a foto ela - a cama - voltou à desordem original onde me sinto tão eu.
O melhor lugar do mundo é a minha cama. Amo estar nela. Me sinto segura como no útero materno. Nenhuma maldade do mundo pode me atingir Meu quarto meu bunker. Sempre tenho que fazer esforços homéricos para sair e tenho ímpetos de negar todos os convites. Excetuando-se os aniversários dos grandes amigos, que esses são de lei, o convite tem que ser bom, muito bom (show de Marisa Monte ou Lenine e ainda por cima de graça) para que eu dela me aparte.

10 MOTIVOS PARA VOCÊ PARAR DE FUMAR




São Paulo, 28 (AgênciaEstado) - Os pulmões são órgãos vitais, mas nem assim, garantir seu bom funcionamento é razão suficiente para convencer os 23 milhões de fumantes brasileiros a largarem o cigarro. Como nesta quarta-feira, dia 29, é o Dia Nacional de Combate ao Fumo, selecionamos 10 outros motivos para abandonar o tabagismo. Se você é fumante, escolha o seu e reflita:
1- Garanta a saúde dos seus filhos, os que você já teve e os que você terá
Se a mulher está grávida, é melhor abandonar o tabagismo abruptamente. Filhos de fumantes correm risco de nascer com baixo peso, uma vez que o fluxo placentário é reduzido. Voltar a fumar depois que a criança estiver maior também não é uma boa idéia. "A criança acaba acumulando nicotina no sangue, o que aumenta as chances de ela se tornar viciada na substância mais tarde", alerta a oncologista Nise Yamaguchi, médica pesquisadora da divisão de pneumologia do Hospital das Clínicas (HC) e membro da aliança Contra o Tabagismo. A produtora de elenco Silvia Gattai, de 27 anos, parou de fumar quando descobriu estar grávida de Júlia, hoje com 5 anos. "Não tive coragem de fumar na gestação, nem de continuar fumando", confessa Silvia.
2 - Economize dinheiro
A média de consumo do fumante brasileiro é de um maço/dia. Considerando que a média de preço de cada maço é de R$ 3, a pessoa poderia economizar até R$ 1.095 ao ano.
3 - Não acelere o envelhecimento
A pele do fumante piora por deficiência de circulação. "O oxigênio não chega aos tecidos e os vasos sanguíneos ficam menos irrigados", explica a cardiologista Jaqueline Issa, diretora do Programa de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração (Incor) . O resultado? Um rosto mais flácido e sem brilho.
4 - Mantenha eternamente o sorriso
A gengiva do fumante é mais inflamada. Além disso, ele apresenta mais casos de placa bacteriana, causada pela baixa imunidade local. "Muita gente, no extremo da gengivite, acaba perdendo dentes", relata a oncologista Nise Yamaguchi, do HC.
5 - Deixe a vida mais perfumada
Não é só o hálito do fumante que melhora assim que ele abandona o cigarro. Roupas, pele e carro também agradecem a distância do tabaco. "Fiz muitíssimo bem em largar o cigarro. A vida agora é muito mais saudável e cheirosa", diz Chico Damaso, 48 anos, que parou de fumar por causa dos quatro filhos. "Às vezes o fumante só vai saber que tinha um odor fétido depois que pára de fumar, e acaba ficando envergonhado", diz a cardiologista Jaqueline Issa, do Incor.
6 - Liberte-se da escravidão do cigarro
O fumante pode jantar no melhor restaurante de Paris, beber o melhor vinho, comer o melhor prato. Nada vale se não houver um cigarrinho no final ou durante o jantar. "Ele é refém do prazer de fumar", considera a cardiologista Jaqueline Issa.
7 - Troque o cigarro pela atividade física
Infelizmente, parar de fumar pode fazer com que a pessoa engorde sim, uma vez que a comida passa a ter sabor. A estratégia é substituir um hábito ruim (o tabagismo) por outro bom (o exercício físico). Fácil não é, mas quem faz não se arrepende.
8 - Poupe sua memória
A oncologista Nise Yamaguchi diz que, com a diminuição da vascularização, o cérebro envelhece mais rapidamente e a memória fica comprometida. "Enquanto fuma, a pessoa tem uma pseudo sensação de inteligência, pois alguns neurotransmissores no cigarro aceleram o pensamento", diz Nise. Assim que deixa o tabaco, a pessoa pode se sentir um tanto lenta. Exercícios, vitaminas e aminoácidos podem acelerá-la novamente.
9 - Passe menos tempo no trabalho
Segundo a oncologista Nise Yamaguchi, quem fuma perde até sete dias por ano, contando as escapadinhas ao fumódromo e as licenças por doenças causadas pelo cigarro.
10 - Para aquela cirurgia dar certo
Muitos médicos recomendam aos pacientes deixarem o cigarro antes de uma cirurgia. "É que o cigarro pode trazer complicações pulmonares, além de piorar a cicatrização de feridas", explica a cardiologista Jaqueline Issa. Abandonar o tabaco dois meses antes de cirurgias diminui riscos.
Você está pronto para parar de fumar?
Escolha o número que melhor descreve o quão importante cada afirmação é para você. Se ela não se aplicar a você, selecione a opção número 1.
1. Parar de fumar me deixa irritado
2. Eu posso ficar mais estressado se abandonar o tabagismo.
3. Largar o cigarro dificultará meu convívio com fumantes.
4. Terei de lidar com os sintomas de abstinência.
5. Se eu parar, reduzirei o risco de ter doenças cardíacas ou câncer.
6. Eu serei um bom exemplo para outros se parar de fumar.
7. As roupas, o carro e minha casa terão um cheiro melhor se parar de fumar.
8. Eu não estarei expondo outras pessoas ao fumo passivo.
Pontuação:Nada importante - 1 pontoPouco importante - 2 pontos Razoavelmente importante - 3 pontosMuito importante - 4 pontos Extremamente importante - 5 pontos
Some suas respostas:
Resultado:Se o valor foi 16 ou mais: Você pretende parar de fumar nos próximos seis meses. Procure um médico para ajudá-lo nesse processo.
Se o valor foi menor que 16: Você não pretende parar de fumar nos próximos seis meses. Pense mais sobre o assunto e pergunte a si mesmo quais são as razões que o levam a querer parar de fumar.
Se precisar de mais informações sobre tabagismo, os benefícios associados à cessação e como largar o cigarro, visite o site http://www.euqueroparar.com.br/.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Greenpeace na Abertura da Conferência de Kyoto

OLHO GIGANTE FLUTUA SOBRE VIENA NA ABERTURA DA CONFERÊNCIA
Viena, Austria — Protesto do Greenpeace marca início das discussões sobre a segunda fase do Protocolo de Kyoto; grandes emissores de gases estufa, como o Brasil, devem assumir metas de reduções
No início das negociações das Nações Unidas sobre a nova fase do Protocolo de Kyoto, em Viena, o Greenpeace protestou com um balão representando olhos gigantes, mostrando que vai observar de perto as atitudes de cada governo e exigir progressos reais a favor do clima. O balão continha a mensagem “Salvem o clima agora”.Participam do encontro em Viena cerca de mil representantes de governos, indústrias, grupos de meio ambiente e institutos de pesquisa. Na conferência, os países industrializados iniciam as negociações sobre os compromissos que devem adotar para a segunda fase do Protocolo de Kyoto. Discussões sobre a ampliação da Convenção de Clima das Nações Unidas também estarão em pauta. O encontro é uma prévia das negociações que serão feitas em Bali, Indonésia, em dezembro, onde os países signatários da Convenção do Clima devem decidir sobre o as metas de redução de emissão de gases do efeito estufa para os próximos anos. “Todos os países grandes emissores como China e Brasil, por exemplo devem buscar soluções e apontar como reduzirão suas emissões na reunião de Bali. No caso do Brasil, como quarto maior emissor do planeta devido ao desmatamento e queimadas de florestas, a meta deve ser o desmatamento zero”, afirmou Marcelo Furtado, diretor de campanhas do Greenpeace Brasil.Para manter o aumento da temperatura global abaixo de 2ºC, evitando efeitos drásticos das mudanças climáticas, o Greenpeace exige que os governos honrem seus compromissos de 15 anos que determinam reduções nas emissões, tendo por base os níveis de 1990, de, pelo menos:
50% globalmente até 2050
30% para os países desenvolvidos até 2020
80% para os países desenvolvidos até 2050
“O que acontecer hoje em Viena vai determinar como serão as negociações de Bali. O Greenpeace exige que sejam feitos progressos claros no sentido de reforçar o Protocolo de Kyoto para a sua segunda fase que começa em 2013”, afirmou Stephanie Tunmore, coordenadora da campanha de clima do Greenpeace Internacional.

fonte: http://www.greenpeace.org/brasil/

Alice B. Toklas

Estive alguns dias ausente aqui do blog. Compromissos na universidade, e um artigo científico de última hora me ocupavam o tempo. Gosto de escrever. Sinto falta. Gosto ainda mais se for com papel e uma caneta bem gostosa. Como diz Marilene Felinto "escrevo para desaparecer".
Mas, o que você está lendo agora? No momento me delicio com O livro de cozinha de Alice B. Toklas (Cia das Letras). Ela conta sua vida com Gertrude Stein na França através de receitas recolhidas das fontes mais inusitadas, testadas e aprovadas por convidados ilustres, como Picasso, por exemplo. Celebridades do mundo intelectual daquela época ( as primeiras décadas do século XX) frequentavam a casa das duas americanas mais badaladas de Paris. É um livro interessantíssimo, sobre as agruras da guerra e a ocupação nazista, mas fala, sobretudo, de cultura gastronômica, os prazeres da boa mesa e o modo de viver francês.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Atenção fãs do T3 + Uns - SHOCK!!!!


Pra quem é fã da Banda Portuguesa T3+Uns e principalmente do vocalista Antero Abreu, uma BOMBA!!!! O gajo está no Brasil incógnito. Veio passar o aniversário (22/8 amanhã!!) do lado de cá do Atlântico.... A festa está sendo planejada em segredo porque o popstar não quer a presença da imprensa. Mas eu ouvi dizer que vai ser em uma cobertura à beira-mar de uma praia do Nordeste. Ah Antero, tá bom mas ...canta um pouquinho pra gente vai, canta....

Atenção todos os Blogueiros

Li esta notícia no Blog da Renata Leal, o É-Blog, e estou aqui repassando por considerar relevante além de uma ótima idéia. Lá vai:

"Está rolando uma campanha na internet para que todos os blogs do mundo falem sobre meio ambiente no dia 15 de outubro. Será o Blog Action Day. A idéia de reunir a blogosfera em torno de um único assunto me parece meio exagerada e difícil de ser colocada em prática, mas, sem dúvida, não custa tentar. Como o tema ambiental anda em alta, as chances de sucesso podem ser maiores. Eu ainda acrescentaria uma idéia a essa campanha (sem presunção): para falar de meio ambiente, os blogueiros poderiam comentar algo sobre o tema relacionado a sua vida ou à comunidade onde vive. Assim a troca de experiências poderia ser mais ampla."

www.eblog.globolog.com.br

Knut, a sensação do Zoo de Berlim







Knut é o ursinho polar que foi abandonado pela mãe ao nascer. Desde então dormia com o seu tratador no Zoológico de Berlim pois acordava durante a noite para tomar mamadeiras. Knut foi crescendo. Passou a fazer aparições conjuntas, onde ele e seu tratador faziam brincadeiras de rolar no chão abraçar e morder. Os visitantes iam ao delírio. Mas agora, vejam só, knut já está com mais de 30 kg e o diretor do Zoo proibiu a amizade por motivo de segurança. Afinal, Knut é um predador.
Ah! que peninha...crescer tem suas desvantagens. Como será que ele vai se virar sem o amigão?Vamos acompanhar as notícias! Uma fofura!

sábado, 18 de agosto de 2007

África: até quando? LEIA O LIVRO ASSISTA AO FILME


Gosto de assistir a filmes sobre a áfrica. Continente rico, lindo, perdido, berço da humanidade. Eva era negra. Só que a vida é extremamente cruel por lá. Nossos irmãos, nossos ancestrais. É uma maneira de saber o que se passou, o que ainda se passa. A mídia parece fingir que o continente não existe.

A saída: livros e filmes. Diamantes de Sangue, filme denúncia (como Babel e Hotel Ruanda) por exemplo. No país africano Serra Leoa, na década de 90, o filme acompanha a história de Danny Archer (Leonardo DiCaprio), um mercenário sul-africano , e o pescador Solomon Vandy (excelente Djimon Hounsou). Apesar de terem nascido no mesmo continente, têm histórias completamente diferentes, mas seus destinos são unidos por conta da busca por um raro diamante cor-de-rosa. Com a ajuda de uma jornalista norte-americana, eles terminam por denunciar o esquema do garimpo de diamantes encontrados com o sangue das guerrilhas. Ao final um alerta: nunca compre diamantes das empresas ligadas a esta máfia.

Corte para a Festa Literária Internacional de Parati (Flip), que espera a chegada do escritor Ishmael Beah(FOTO), 26 anos, ex-soldado da guerrilha em Serra Leoa. No Brasil para lançar seu primeiro livro, Muito Longe de Casa, Ishmael está à vontade. Na semana passada, ele visitou o Vidigal, jogou capoeira com integrantes do Grupo Nós do Morro e já conversou, com certa dificuldade, com Paulo Lins, autor do livro e roteirista Cidade de Deus. "Eu falava em inglês, ele em português, isso pelo telefone", explicou ressaltando que já havia lido o livro e assistido ao filme.
O encontro dos dois acontecerá na Flip, no próximo domingo, às 15h, na mesa "Sobre meninos e Lobos". Em comum, histórias vibrantes sobre os ambientes tomado de brutalidade e desespero em que viveram, o brasileiro na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, e Ishmael, numa Serra Leoa devastada pela guerra.
"Não escrevi este livro para mim, escrevi para mudar a percepção dos que não sabem nada sobre a guerra", (a guerra dos diamantes de sangue:assista ao filme para entender) ressaltou. No começo dos anos 90, com 13 anos, ele tinha nas mãos um fuzil AK-47. Seus pais morreram durante a guerra.
Sem moradia e comida, ele foi parar nas fileiras do exército de Serra Leoa. Lutou contra grupos armados rebeldes e ajudou a trucidar a população civil. Usava anfetaminas, cocaína e maconha distribuídos pelas forças armadas para encorajar as crianças a combater o cansaço enquanto semeavam o terror e massacravam vilarejos. Os primeiros assassinatos traumatizaram Beah, matar tornou-se um gesto cotidiano.
Em 1996, sob pressão da Unicef, o exército desmobilizou alguns meninos soldados. Beah passou oito meses em um centro de reabilitação, submeteu-se a um tratamento de desintoxicação e recebeu apoio psicológico.
Em 1998, adotado pela escritora americana Laura Simms, que conhecera em 1996, durante um colóquio sobre meninos soldados organizado pela ONU. Foi viver em Nova York, Estados Unidos. Terminou os estudos secundários e se aprofundou em Ciência Política no Oberlin College, em Ohio.
"As pessoas não têm idéia da nossa existência, não sabem de nós. Nunca soube que tinha habilidade para escrever, quis usar a educação que recebi para mostrar o que acontecia no meu país", afirmou.
"Na guerra, você perde seus sentimentos, leva tempo para recuperá-los. Escrevi o livro para dizer: você não deve ter esta experiência", acrescentou.
Seu relato está sendo lançado no Brasil pela Ediouro. A Unicef estima que 300 mil crianças participem de conflitos armados atualmente. Beah é hoje porta-voz dessas crianças. "Escrever esse livro foi difícil, pois fui obrigado a reviver minhas experiências de guerra. Mas não foi um preço alto para mostrar o que acontece às crianças em vários lugares do mundo", disse.
Beah já prepara seu segundo livro, um romance. "Quando sair desta roda viva terei mais tempo para escrever. Quero escrever mais por que ainda tenho muito para dizer, muito para contar, quero voltar às histórias que ouvi, ao mundo em que vivi. Serra Leoa é um dos melhores lugares da África. Sinto falta da vida simples. Existem pessoas que têm muito, mas são infelizes. Sou uma pessoa esperançosa", afirmou.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Mario Quintana (1906-1994)


"Olho em redor do bar em que escrevo estas linhas. Aquele homem ali no balcão, caninha após caninha, nem desconfia que se acha conosco desde o início das eras. Pensa que está somente afogando os problemas dele, João Silva... Ele está é bebendo a milenar inquietação do mundo!"
*
*
*
Revelação

Eu me esqueci no armário.
Pensei estar vivendo,
estudando, trabalhando, sendo!
Pensei ter amado e odiado,
aprendido e ensinado,
fugido e lutado,
confundido e explicado.
Mas hoje, surpreso,
me vi no armário embutido
calado, sozinho, perdido, parado.
*
*
*
Mario Quintana não se casou e nem teve filhos, “Talvez porque não tenha tido tempo”, declarou numa entrevista. Por três vezes se candidatou, sem sucesso, à Academia Brasileira de Letras. Sobre as derrotas, versejou:
"Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!"
(Segundo Millôr Fernandes a ABL compõe-se 39 membros e um morto rotativo)

Quando eu tiver setenta anos

vou largar da vida louca
e terminar minha livre docência

quando eu tiver setenta anos
então vai acabar esta minha adolescência

vou fazer o que meu pai quer
começar a vida com passo perfeito

vou fazer o que minha mãe deseja
aproveitar as oportunidades
de virar um pilar da sociedade
e terminar meu curso de direito

então ver tudo em sã consciência
quando acabar esta adolescência

Paulo Leminski

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Estamos no meio do ambiente

Como blogueira tenho meus blogs preferidos, assuntos do meu interesse, como ecologia por exemplo.
Leio hoje no Blog do Alexandre Mansur, link aqui do lado da página, (Blog do Planeta)achei o máximo e passo pra vocês. Acho que todos nós podemos ter as nossas sacolas enormes, de tecido etc. Vejam que coisa tão boa:(sacolas listadas, floridas, coloridas):

"Cada vez é mais chique chegar ao supermercado com sacola de compras, para não ter que usar os sacos plásticos descartáveis. A blogueira Kika, do Canadá, conta que aderiu à campanha do supermercado Loblaws de lá. A sacola é feita de tecido, custa 99 centavos de dólar canadense e suporta 10kg. Segundo estudos do Loblaws um sacola dessa é capaz de substituir mais de 100 sacolas plásticas comum de supermecado. “O Loblaws pretende eliminar no mínimo um bilhão de sacolas plásticas nesse ano... se depender de mim eliminará todas :):):)”, diz Kika. Para incentivar o uso, a rede de supermercados da pontos (que valem descontos) para quem chegar com as sacolas. É uma boa solução para compensar o investimento inicial na compra da sacola não reciclável."

Me identifico de cara com o Alexandre quando o assunto é cemitério:
"Quando eu morrer, quero ser cremado. Por consideração aos vivos, que ficarão nesta terra. Afinal, os cemitérios não são mais compatíveis com as cidades de hoje. Essas áreas cobertas de cimento e azulejos estragam a paisagem urbana pela feiúra e pelos desequilíbrios ecológicos. A superfície cimentada reduz a absorção das chuvas, contribuindo para as enchentes. Também funciona como mais uma ilha de calor e insolação, elevando as temperaturas. Para não falar da contaminação do subsolo. Nem do material orgânico que atrai animais como ratos, baratas e cobras, e mais alguns vetores de doenças. Nenhum cemitério passaria em um relatório de impacto ambiental.
Eu preferia que os cemitérios fossem transformados em belos parques, com bosques, gramados, banquinhos, pérgulas e uma casa de cremação no meio. Isso é bem comum em países desenvolvidos, como os EUA e Canadá. É bem mais agradável para os que vão se despedir de pessoas queridas. Também funciona como uma área pública verde, facilitando a convivência das pessoas com o lugar para onde inevitavelmente todos iremos algum dia."

É isso. Também eu quero ser cremada. E por falar nisso como anda o processo do crematório de Pernambuco? Alguém saberia me dizer a quantas anda? Teremos ainda que, depois de mortos, viajar de avião para São Paulo? É a incompetência da América Católica que sempre precisará de ridículos tiranos.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Relaxar é preciso


Volto a salientar a importância do relax, da parada estratégica, um tempo para si.
Isso é muito importante na vida de pessoas super-ocupadas que, como eu, vivem correndo, trabalhando em várias atividades e com diversos compromissos ao mesmo tempo.
Para nós, dar um tempo é uma questão de saúde.

domingo, 5 de agosto de 2007

Na web desde sempre

Moro em uma casa totalmente conectada. E eu adoro isso. Meu escritório é em qualquer lugar. Eu não vivo sem web e computador aqui é personal mesmo, cada um tem o seu.
Não sei como faria em uma ilha deserta, é grande a minha lista.
Ao meu lado você sempre vai encontrar livros, muitos livros, hidratante, uma xícara de chá, incensos, web, e livros muitos livros. Não necessariamente nessa mesma ordem. Mais de 15 anos nessa estrada virtual. Em 1992 eu usava, ainda na empresa, um jurássico XT a vapor que só pegava empurrando. Ele tinha um monitor que a gente chamava de cabeção, monocromático fósforo verde. Em 93 veio o 386 e as coisas começaram a melhorar num crescendo.
Aqui em casa o primeiro foi um 486. Tínhamos que limpar os tif's (temporary internet files) todos os dias senão ele não andava. Uhauhuahau era o máximo. Como isso tudo anda rápido.

SHOCK! "Primeiro Mundo" joga lixo na praia


Berço da civilização ocidental, o Mar Mediterrâneo banha 21 países. Suas praias atraem nada menos que 200 milhões de turistas por ano. A maioria europeus mal educados que jogam suas garrafas plásticas ali mesmo. Uma pesquisa recente conduzida pela Universidade de Exeter, na Inglaterra, e pela entidade ambientalista Greenpeace mostra que o Mediterrâneo ostenta uma credencial nada louvável – ele é o mais poluído dos mares do planeta. Para quem acha que jogar lixo na praia é coisa de Terceiro Mundo, uma surpresa: a sujeira mais visível do Mediterrâneo é justamente aquela produzida pelo turismo. O estudo calcula que
todo ano
15 milhões de toneladas de detritos – principalmente garrafas e outras embalagens plásticas – são lançados nas areias e nas águas azuis das praias da Itália, da França e da Espanha. Cerca de 30% desses detritos permanecem visíveis na superfície e os demais 70% são responsáveis por um enorme estrago na fauna. Focas e tartarugas confundem os objetos plásticos com alimentos e os transformam em refeições fatais. Calcula-se que 50 000 focas morram por ano dessa forma, número dez vezes superior ao das que são capturadas por caçadores. Mas que vergonha! E nós é que somos 3º mundo?

sábado, 4 de agosto de 2007

Raul Parte II ou Minha vida com Raul ou Eu amo Raul

Raul nasceu em Florânia, sertão do Cariri, Rio Grande do Norte, em 1926.
Optou por não esperar o último pau de arara e deixou o cariri aos 15 anos.
O destino: Rio de Janeiro e o ano 1941.
Na verdade ele foi sorteado pela loteria do destino. Um tio chegou no meio dos onze filhos de Zé Soares, apontou para Raul e disse: - vou levar esse aqui comigo para o Rio. Mudando para melhor o destino daquele potiguar.
Mas Raul nunca se esqueceu dos irmãos que ficaram: ganhou dinheiro e ajudou a todos, hospedou, arrumou emprego, comprou casa, até a terceira geração da família.
Raul é gente que trabalha bem muito e faz a diferença.

FOTO

Aqui Angélica, protagonista do blog 'Anginha no Blog' ao lado do seu ídolo e guru espiritual Raul Soares de Araújo

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Raul


Raul é mesmo um cara incrível. Ele sabe das coisas.
Ele nasceu no mesmo dia que eu, 7 de maio.
Deve ser por isso que a gente ficou muito amigo.
No dia do meu aniversário era o dele também.
Era massa. Ele dizia que eu era o presente. Eu adorava isso de ser um presente.
Um dia, Raul me ensinou a gostar de chuva. Era uma tarde de verão em Piracicaba, interior de São Paulo. Eu tinha 5 anos. De repente uma chuva torrencial, de pingos gordos e o convite: vamos tomar banho de chuva? No minuto seguinte estávamos - eu de biquine, ele de calção - a correr e a dar gargalhadas na chuva. Até hoje quando chove eu fico feliz. A chuva passou a me transmitir uma euforia cheia de felicidade.
Como quando corríamos na praia de Santos enquanto ele repetia: "carreirinha do nenê".
Quando eu tinha 6 anos Raul me levava ao dentista. E me ensinava a escovar os dentes de uma maneira que ninguém ainda conhecia. Todos os dias à noite ele colocava pasta na minha escova. Eu chegava no banheiro e lá estava a minha escova com a pastinha em cima. Raul nunca teve isso. Mas ele fazia tudo isso pra mim. E isso a gente nunca esquece.
Nada havia, naqueles tempos, sobre os pais, homens, ajudarem na criação dos filhos.
Naquela época o pai era apenas provedor. Trabalhava duro e trazia conforto para casa. A mãe, como não trabalhava, ficava encarregada de todos esses detalhes.
E ninguém levava crianças ao dentista em 1968, já que os dentes eram de leite e iam mesmo cair. Passei a ter pesadelos perdendo dentes e admiro quem tem seus 'teclados' brancos e brilhantes como os meus.
Ele era assinante da revista Veja. Em 2008 serão 40 anos ininterruptos de assinatura desta revista. Merecia um prêmio. Ao menos um ano de borla.
Aos 7 anos Raul me pagava um dinheiro para que eu ficasse calada na hora do 'Jornal Nacionil'.
Sim. Em 1969 já tinha esse jornal. Primeiro programa a ser transmitido simultaneamente para todo o país. Cid Moreira.
Raul me ensinou a nadar com 8 anos. E a boiar. Ah! e a dançar bolero.
Aos 9 ganhei dele meu primeiro livro: Os Três Mosqueteiros. O primeiro de uma série infinita de livros que Raul sempre me deu. Nunca mais parei de ler. O Retrato de Dorian Gray, A mulher de 30, Maria Antonieta de Stephan Zweig, O Crime do Padre Amaro, O Cortiço quando ainda não constava na lista do vestibular....Ele também sempre me dava relógios. Ele dizia que não conhecia ninguém que quebrasse tantos relógios como eu. E ria. Seiko. A maioria era seiko. O último foi um Mido quando eu fiz 36. E ele 72. Exatamente o dobro.
Aos 10 anos balançávamos os dois na mesma rede em Recife. E tomávamos água de côco.
Aos 12 Raul colocava 2 colheres de aveia em um suco de laranja. Um não, dois. Um pra mim outro pra ele. Aveia. Ninguém ligava para fibras em 1974. Raul ligava. Eu sentada à grande mesa oval da cozinha, tonta de sono, seis horas da manhã. Eu que nem queria suco de laranja...Se não fosse Raul acho que eu tomaria coca-cola no café da manhã. Acabei me tornando naturalista. Aprendi a gostar de Yoga com 30 anos quando, morando em outra cidade, livros do Professor Hermógenes começaram a chegar pelo correio. Auto Perfeição com Hatha Yoga e Yoga para Nervosos. Me apaixonei. Adivinhe quem enviou? Livros que ele lia e gostava e tinha vontade que eu lesse também e descobrisse um mundo de coisas boas.
Raul também me ensinou os perigos do açúcar branco e da carne vermelha. Nesse dia o churrasco morreu pra mim. A picanha perdeu o sabor e a soja passou a fazer parte do meu dia a dia. Um formador de opinião esse Raul. Não foi a toa que fez tanto sucesso em vendas.
Depois que um médico lhe disse: - Raul, seu colesterol é alto, tens que caminhar, Raul passou a caminhar 4 km por dia . Já se vão quase 30 anos e o cara só descansa aos domingos. Pioneiro nos check ups anuais, na dieta frugal para a longevidade, no trio vinho tinto alho e azeite, no chá verde, na valorização da saúde enfim.
Aprendi tanta coisa com esse cara, impossível narrar em post. O cara é demais. Ele faz cinema.

J.Borges - Xilogravuras: Bezerros falando para o mundo!



O ateliê no município de Bezerros, agreste pernambucano, está abarrotadas de obras de arte que já dividiram espaço no Museu do Louvre com Leonardo da Vinci e Botticelli. José Francisco Borges, que nasceu em 1935, o autor das peças, é um dos artistas folclóricos mais celebrados da América Latina. Apenas em uma turnê, J. Borges, como ficou conhecido, percorreu 20 países europeus. Foi tema de uma reportagem no The New York Times. Como se vira só com o português? 'Sou matuto, mas não sou burro.'
Convidado para dar palestras nos EUA, na França, na Venezuela e na Suíça, ministrou aulas sobre xilogravuras e cultura do cordel com a ajuda de tradutores. 'Mas não sou rico, não!'Suas gravuras ilustram livros publicados no Brasil, na França, em Portugal, na Suíça e nos Estados Unidos.
É o artista que sustenta toda a família. E que família. São dez filhos, a mulher e duas ex.
As conquistas de J. Borges são uma grande vitória para um sertanejo vindo de um ambiente de dificuldades.
A descoberta foi por acaso. Talhou uma igrejinha num pedaço de imburana. Seguiu colocando na madeira o ideário sertanejo: o diabo, Lampião, prostitutas, vaqueiros, festas de São João.
A partir de 1970 as obras chegaram até o escritor Ariano Suassuna, que virou seu padrinho. Os trabalhos passaram a circular nos meios acadêmicos e artísticos, que antes viam com desdém a xilogravura. As ilustrações de J. Borges estamparam capas de discos e livros, como As Palavras Andantes, do escritor uruguaio Eduardo Galeano. As camisetas são um sucesso!
Ele mantém no ateliê uma máquina tipográfica, gravadora artesanal do século XIX.
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Fonte: síto da Fundação Joaquim Nabuc0 - Recife PE

Zé da Luz - Cordel dos bons


Ai se sesse
Se um dia nós se gostasse
Se um dia nós se queresse
Se nós dois se empareasse
Se jutim nós dois vivesse
Se jutim nós dois morasse
Se jutim nós dois drumisse
Se jutim nós dois morresse
Se pro céu nós assubisse
Mas porém se acontece-se de São Pedro não abrisse
A porta do céu e fosse te dizer qualquer tolice
E se eu me arriminasse
E tu com eu insintisse
Prá que eu me arresouvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Távez que nós dois ficasse
Távez que nós dois caisse
E o céu furado arriasse
E as virgem todas fugisse
(Zé da Luz - Paraibano de Itabaiana, 1904-1965)
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A xilografia foi usada, inicialmente, como um artíficio com que os gráficos do cordel ilustravam as capas dos folhetos. Posteriormente passou a estampar camisetas, quadros etc.A técnica consiste em, num pedaço de madeira, esculpir um alto relevo, sobre o qual o papel da capa é prensado. É uma obra de arte primitivesca, por isso mesmo a constar entre os itens do artesanato e do folclore. Um dos expoentes da arte da xilografia é J. Borges da cidade de Bezerros-PE