sábado, 20 de outubro de 2007

A íntima relação entre a poesia e a dor

Será preciso sofrer o pão que o diabo amassou para ser um bom poeta? A julgar pela biografia dos melhores poetas, a resposta é sim. A matéria prima da poesia é a dor.


Paulo Leminski nasceu em Curitiba, 1944, e foi batizado com o nome do pai, descendente de poloneses. Brigou a vida inteira com o irmão mais novo, Pedro, que se enforcou em 17 de dezembro de 1986. A morte rondava a trajetória de Leminski, que perdeu também o primeiro filho, Miguel Ângelo, vencido pelo câncer em 1979, aos 9 anos de idade. Ele próprio esperava a morte desde que os médicos lhe preveniram, perto dos quarenta anos, que seu fígado e pulmão não resistiriam àquela vida regada à vodka, cigarro e outras drogas. " Maremotos em mares mortos. Pai morto. Mãe morta. Filho morto. Irmão morto. Como querer que minha vida não seja torta?", escreveu em 88, um ano antes de morrer.No final dos anos 60, Leminski apaixonou-se por Alice Ruiz, também poeta. Nos 19 anos em que viveram juntos, além de Miguel Ângelo, tiveram as filhas Áurea e Estrela. Foi Alice quem, dez anos depois da morte do companheiro, pensou em expor, em biografia, a alma torturada e brilhante do poeta a quem sempre amou. Nasceu o livro "Paulo Leminski - O Bandido que Sabia Latim". O perfil do homem ímpar que dava aulas de judô e adorava citações em latim. O encontro de Leminski com a irmã de Eduardo Paredes ocorreu alguns anos após Alice Ruiz, vencida na batalha de Leminski contra o álcool e as drogas, sair de casa com as filhas. Durante a agonia do poeta e depois, na morte, cúmplices na dor, Alice e Berenice não se tornaram amigas, tampouco inimigas. Nomes em rima. E só.
fonte: prosapoesiaecia/pauloleminski

Um comentário:

Anônimo disse...

Você é o máximo!!!!!
Além de linda, ama poesia...que é o sentimento do poema...
Te amo!!!!
Soninha