sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Literatura erótica de excelente qualidade

A propósito de um comentário feito no post anterior, na certa por um dos meus dois leitores, resolvi discorrer um pouco sobre literatura erótica, um gênero que data de 15 séculos antes de Cristo, na Índia.
Não podemos subestimar a dimensão que o sexo representa na vida do ser humano e o quanto a vida deste é influenciada por aquele, conforme estudou Freud.
Henry Miller, por exemplo(já que o citei no post em questão), além de autor do gênero era, principalmente, um militante contra a hipocrisia.
Poucos escritores causaram tanto escândalo em seu tempo, e mesmo além dele, quanto o americano Henry Miller. Nascido em 1891, Miller escolheu Paris para viver, e tinha quase 50 anos quando publicou seu primeiro livro, Tropic of Cancer, uma narrativa confessional como as de Santo Agostinho ou Rousseau, mas baseada em suas experiências com as prostitutas francesas.
Na década de 30, mesmo num período tido como "libertário", mas a descrição crua do sexo, embora apaixonada e sincera, feria suscetibilidades. O livro passou a ser perseguido, e sua dimensão artística foi sufocada. Mas Miller chegara para ficar, e logo lançou "Tropic of Capricorn".
Em seus livros, Miller dá ao sexo uma dimensão sacra. Os personagens chafurdam na lama, são descritos com franqueza quase pornográfica, mas com tal naturalidade de estilo e humor que assumem uma grandeza indiscutível. A crítica literária européia saudou Miller como a culminância de uma corrente literária que remonta ao século XVIII.
Henry Miller tornou-se um clássico absoluto quando publicou a trilogia "Sexus, Plexus, Nexus", que ele chamou "A Crucificação Encarnada". Como nos outros livros, esses romances narram trechos de sua própria vida, embora ele negasse.
O que faz afinal com que a literatura de Henry Miller seja forte, crua, sem ser vulgar, pornográfica? Aliás, essa é uma matéria para se colocar na discussão: o que é pornografia? Ou ainda, o que configura um texto pornográfico?
O fato é que ele deixou discípulos, o poeta e prosador inglês Lawrence Durrel é um deles. Escritor de alto nível, é mais sofisticado do que Miller, e escreveu uma obra prima chamada "O Quarteto de Alexandria". Outro que lembra muito Miller é Charles Bukowski, americano que viveu também na sarjeta do sexo e do álcool.
Além do Marquês de Sade, que dispensa apresentações, temos ainda o inglês D.H.Lawrence, com O Amante de Lady Chatterley, Nabokov e sua Lolita etc.. E o que dizer do nosso querido Nelson Rodrigues?

3 comentários:

Patty Kirsche disse...

Adoro literatura erótica, esses são excelentes exemplos. Mas não posso deixar de citar que o melhor livro de literatura erótica de todos os tempos foi escrito por uma mulher: "A história de O" de Pauline Réage.

Patty Kirsche disse...

Adoro literatura erótica, esses são excelentes exemplos. Mas não posso deixar de citar que o melhor livro de literatura erótica de todos os tempos foi escrito por uma mulher: "A história de O" de Pauline Réage.

Patty Kirsche disse...

Adoro literatura erótica, esses são excelentes exemplos. Mas não posso deixar de citar que o melhor livro de literatura erótica de todos os tempos foi escrito por uma mulher: "A história de O" de Pauline Réage.