domingo, 11 de abril de 2010

Augusto dos Anjos


Vandalismo


Meu coração tem catedrais imensas,

Templos de priscas e longínquas datas,

Onde um nume de amor, em serenatas,

Canta a aleluia virginal das crenças.


Na ogiva fúlgida e nas colunatas

Vertem lustrais irradiações intensas

Cintilações de lâmpadas suspensas

E as ametistas e os florões e as pratas.


Como os velhos Templários medievais

Entrei um dia nessas catedrais

E nesses templos claros e risonhos ...


E erguendo os gládios e brandindo as hastas,

No desespero dos iconoclastas

Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!

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