quarta-feira, 19 de março de 2008

O REBU - no tempo em que as telenovelas eram geniais

O milionário Conrad Mahler, vivido por Ziembinski em O Rebu, de 1974, primeiro homossexual a aparecer numa telenovela no Brasil. Na trama, ele sustenta o garotão de praia Cauê, interpretado por Buza Ferraz. Ziembinski, no entanto, fazia um gay sem trejeitos afetados.

Jose Lewgoy e Beth Mendes belíssima


O Rebu foi mais uma experimentação no horário das dez. Excepcional criação, elenco e produção. A novela inteira se passava em dois dias: um em que se realizava a festa, e o seguinte, quando ocorria a investigação policial, numa sequência de cenas sem ordem cronológica e sem simultaneidade.
Sua ação foi dividida em três fases: o presente (a investigação do crime); o tempo da festa (o mais atuante); e as informações posteriores de cada personagem (o problema que cada um levou à recepção).
O que o telespectador sabia era que houve um crime durante a cerimônia. Todos viam um corpo boiando na piscina da casa, mas ninguém tinha noção de que personagem era, nem quem assassinou e muito menos o motivo. Um suspense que durou até o final da trama. Cabia ao telespectador ir montando o quebra-cabeça de acordo com as pistas do autor. A suspeita inicial era a de que o corpo de bruços na piscina era de um homem, mas a confusão aumentou quando mulheres brincaram de cortar os cabelos, colocando roupas masculinas. No capítulo 50 a vítima foi revelada numa tomada submarina na piscina - era Silvia (Bete Mendes). Para despistar a imprensa, também foram gravadas opções com os personagens Cauê, Kico, Lupe e Helena.
A trama da novela se passava numa festa com música ao vivo. Algumas vezes, porém, o músico Paulo César Oliveira não era escalado para as cenas, e com isso o piano acabava tocando "sozinho". O caso do "pianista fantasma" acabou virando piada no humorístico Satiricom, na própria Globo.
Pela primeira vez o homossexualismo era tratado de forma aberta numa novela. Conrad Mahler (Ziembinski) tinha um caso velado com Cauê (Buza Ferraz).
Última novela de Ziembinski, numa caracterização inesquecível - sem dúvida um de seus melhores momentos na TV.
Mas o maior vitorioso foi o autor Bráulio Pedroso, que num trunfo de ouro fez uma trama policial onde não perdurava apenas a indagação "quem matou?", mas também "quem morreu?".
Primeira novela na Globo das atrizes Tereza Rachel, Isabel Ribeiro e Bete Mendes.
Esse era o texto narrado na apresentação das cenas do próximo capítulo da novela (prática comum na época):"Festa, rebu, rebuliço... crime. O rebu. A vida de cada um. A culpa de todos".

Algumas cenas da novela: o máximo!!!!



Aqui o link da abertura da novela.....que saudade.....

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