sábado, 22 de março de 2008

Dicionários




Sou viciada, compulsiva, tenho coleção de dicionários e me orgulho dela. Desde os imensos aos pequenos, de antônimos e sinônimos, de política do Bobbio, inglês, italiano, espanhol, francês, de mitologia greco-romana, etc etc .


Não vou a lugar nenhum sem, pelo menos, o míni-Houaiss.


Na faculdade, como se já não bastasse o peso da nossa sacola de livros, (o peso do saber: todo professor de história que se preze tem que ter bursite - do latim bursa, 'bolsa', processo inflamatório de bolsa, em regra sinovial - com 40 anos) tenho que ter ao menos um dicionário, mesmo que eu vá de ônibus .....Como pode alguém ter vergonha ou preguiça de procurar o significado de uma palavra no dicionário? Comigo acontece o oposto. Quando eu não sei que diabos quer dizer aquela maldita palavra, aquilo fica me incomodando qual uma unha encravada, um fiapo de manga nos dentes. Enquanto eu nao me sinto com o dicionário nas mãos não tenho sossego. Mas quando a encontro....puro deleite.


Pablo Neruda em "Oda al Diccionario":

Diccionário, no eres

tumba, sepulcro, féretro,

túmulo, mausoleo,

sino preservación,

fuego escondido,

plantación de rubies,

perpetuidad viviente

de la esencia,

granero del idioma.



"Escrevo com o dicionário. Sem dicionário, não posso escrever - como escritor."

Gilberto Amado (1887-1969) membro da ABL, aos 21, 22 anos tornou-se catedrático de Direito Penal da Faculdade de Direito do Recife, jornalista, político, diplomata, poeta, ensaísta, cronista, romancista e memorialista.

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